sexta-feira, 31 de maio de 2013

Luz para Todos chega a 8,8 mil famílias, desde 2011

A Bancada Federal do Amapá recebeu ontem, 29, da presidência da Eletronorte, os prazos nos quais deverão estar concluídas as obras do programa Luz para Todos e a quantidade de famílias já atendidas nas duas fases, no estado. O mesmo relatório foi enviado ao Governo do Amapá e à Companhia de Eletricidade do Amapá – CEA.

O presidente da Eletronorte, Josias Matos de Araújo, comprometeu-se como os parlamentares que 9 mil 152 domicílios de Macapá, Itaubal, Tartarugalzinho, Cutias do Araguari, Ferreira Gomes, Porto Grande e Pedra Branca, dos blocos 2 e 3, terão a energia elétrica ligada até dezembro deste ano. Para o bloco 4, que compreende 4 mil e 52 domicílios em Amapá, Calçoene, Oiapoque, Pracuúba e Serra do Navio, a abertura das propostas da licitação será feita dia 19 de junho, para a implantação iniciar logo depois dos trâmites legais para a definição da empresa vencedora.

Segundo a estatal, até agosto o Arquipélago do Bailique terá energia firme, com a conclusão da linha subaquática e a subestação. “Essa obra se arrasta desde 2002, quando o então go-vernador Capi [João Alberto Capiberibe] deixou o cargo e R$ 4 milhões em caixa para que fosse executada! O dinheiro sumiu no governo passado e a obra não saiu”, lembrou a deputada Janete Capiberibe (PSB/AP).

O Luz Para Todos já atendeu 2 mil 407 famílias na primeira fase e, das 19 mil famílias nesta segunda fase do programa, 6 mil 416 domicílios já foram ligados, totalizando 8 mil 823 famílias atendidas até agora.

A deputada Janete lembra que “até dezembro de 2010, o programa estava estrangulado. O governador Camilo e a CEA honraram os compromissos com a Eletronorte para retomar o Luz para Todos, apesar das dificuldades. No Amapá, o Luz para Todos é realizado pela Eletronorte por que, até o final de 2010, o governo do estado estava tão quebrado que não tinha recursos nem crédito no mercado para executá-lo”.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Sem poder catar lixo, carapirás ameaçam interditar acesso ao aterro sanitário de Macapá

Cerca de 70 famílias dependem da construção de uma calçada para fazer a coleta seletiva


Jorge Cesar em 08/05/2013

Foto: Jorge Cesar/AGazeta

Foto: Jorge Cesar/AGazetaFoto: Jorge Cesar/AGazeta
Impedidos / Problema perdura há 15 dias no Centro de Destinação Final de Resíduos, situado no km 11 da BR 210
Os catadores de lixo foram proibidos de adentrar na área do aterro sanitário de Macapá. A situação foi agravada pela falta de infraestrutura adequada para que possam realizar a coleta seletiva do lixo recolhido na cidade. Como a situação já perdura 15 dias, os carapirás ameaçam interditar a entrada do Centro de Destinação Final de Resíduos, situado no km 11 da BR 210.
O carapirá José Gomes da Silva reclamou a Secretaria Municipal de Manutenção Urbana (Semur) não está cumprindo o que foi firmado em contrato, ou seja, a cada seis caminhões coletores, dois seriam disponibilizados aos catadores. “Depois disseram que não poderiam mais fazer isso porque assim estariam poluindo o solo. Mas se isso é verdade deveriam também atentar para o chorume do lixo que acaba sendo despejado em um igarapé situado nas proximidades”, reclamou.
No geral são 70 famílias que dependem desse trabalho para conseguir obter uma renda para pagar as contas. Na época em que o aterro ainda era controlado, o acesso aos lixões era permitido. Lá era reciclado metal, lata e plástico. Com a proibição, os carapirás acabaram sendo prejudicados. José Gomes disse que não ficariam parados diante da situação. “Caso não seja dada uma resposta, vamos fechar o portão na próxima semana”, avisou.
A Semur se comprometeu em iniciar a coleta seletiva na cidade e destinar o material para os catadores. Construir uma calçada medindo 10x20 metros para que, de cada seis caminhões coletores, dois despejem os resíduos para viabilizar a seleção do material que ainda pode ser aproveitado. “Por conta do período de chuva, ainda não conseguimos construir a calçada. É um problema que poderia ter sido evitado há muito tempo, pois desde 2010 a lei não admite a catação nas células sanitárias”, explicou o secretário José Mont’Alverne Neto.
Também está em pendência a organização dos catadores mediante cooperativa e o funcionamento do galpão de triagem na área do aterro, que atualmente está totalmente destruído. O lixo reciclável seria levado para esse galpão para viabilizar a seleção. A Semur fez um levantamento e concluiu que a reforma desse galpão exigirá o investimento de R$ 250 mil.
“A medida paliativa que vamos tomar será a construção da calçada na próxima semana. No máximo três caminhões por dia deverão despejar o material para que os carapirás façam a coleta”, prometeu Mont’Alverne.



sexta-feira, 3 de maio de 2013

Minérios aceleram migração e fazem 'surgir' cidade no Amapá

População de Pedra Branca do Amapari cresceu 24% em 5 anos e chegou a quase 11 mil habitantes. Cidade foi fundada há 20 anos, mas só passou a existir para valer quando empresa de mineração se instalou no local.

A equipe do JN no Ar foi ao Amapá para ver de perto os efeitos do crescimento da migração, apontado no Censo do IBGE. O grupo teve a oportunidade rara de testemunhar praticamente o começo, o surgimento de uma cidade no centro-oeste do estado. Brasileiros que saem de suas cidades pensando em ter uma vida melhor na região.
Cem quilômetros de asfalto e mais cem de buraqueira. A equipe do Jornal Nacional foi à mesma estrada que, em média, dez brasileiros percorrem a cada semana pensando em melhorar de vida. É Pedra Branca do Amapari.
Uniformizados do Maranhão, de Goiás, do Pará, de Minas, de praticamente todo o Brasil, a caminho do trabalho.
Só contando esse movimento migratório, a população de Pedra Branca do Amapari cresceu 24% em cinco anos e chegou a quase 11 mil habitantes. Mas a cidade não se preparou para isso.
“A população chega em um determinado local e quer que a presença do estado esteja ali, só que o estado não está preparado para atender toda aquela população”, revela o tenente da PM Alex Sandro Chaves.

O município que tem só dois policiais por turno não costumava saber de mais do que um homicídio por ano. Desde janeiro, já foram nove.

Pedra Branca vai ganhar sua primeira praça, mas não sabe o que é saneamento básico. Faz seis dias que ninguém tira o lixo da frente das casas, mas a prefeitura segue com a obra para transformar a minúscula câmara de vereadores em uma supercâmara.
O ajudante geral Marcelo de Souza foi pensando em juntar dinheiro e voltar para o Maranhão.
“Não sei se volto mesmo, só o homem lá de cima sabe”, diz ele.
Mas o que faz com que tantos brasileiros saiam de suas cidades, viajando às vezes dois ou três dias pelas estradas para começar tudo de novo em Pedra Branca do Amapari? A resposta está debaixo da terra.
A cidade foi fundada há 20 anos, mas só passou a existir para valer há sete anos, quando uma empresa de mineração se instalou no local. Em 2011, chegou mais uma.
O que para os que não conhecem parece pura terra, pode ter até 60% de minério de ferro. Além disso, até três gramas de ouro em cada tonelada que caminhões retiram do lugar.
Entre 2005 e 2010, a migração foi responsável por um aumento de 3,3% na população do Amapá. Esse movimento aconteceu em 15 dos 16 municípios do estado.
Em Macapá, só a expectativa de que velhos geradores sejam trocados por hidrelétricas animou muita gente a se mudar para o lugar. O estado do Amapá até hoje não tem uma linha de transmissão para levar energia do continente. Mesmo assim, na última década, foi o segundo estado brasileiro que mais cresceu em termos proporcionais.
Natanael chegou como empregado há seis anos, mas depois que virou dono já mandou buscar mais 20 conterrâneos na Paraíba.
“Eu ganhei tudo aqui, em Macapá. Hoje, sou o que sou por causa dessa terra abençoada”, elogia.
O JN no Ar desembarca no Rio Grande do Norte nesta quarta-feira (31). A equipe vai mostrar os efeitos da migração na região metropolitana de Natal.
 
veja também