Sem poder catar lixo, carapirás ameaçam interditar acesso ao aterro sanitário de Macapá
Cerca de 70 famílias dependem da construção de uma calçada para fazer a coleta seletiva
Jorge Cesar em 08/05/2013
Foto: Jorge Cesar/AGazeta
Impedidos / Problema perdura há 15 dias no Centro de Destinação Final de Resíduos, situado no km 11 da BR 210
O carapirá José Gomes da Silva reclamou a Secretaria Municipal de Manutenção Urbana (Semur) não está cumprindo o que foi firmado em contrato, ou seja, a cada seis caminhões coletores, dois seriam disponibilizados aos catadores. “Depois disseram que não poderiam mais fazer isso porque assim estariam poluindo o solo. Mas se isso é verdade deveriam também atentar para o chorume do lixo que acaba sendo despejado em um igarapé situado nas proximidades”, reclamou.
No geral são 70 famílias que dependem desse trabalho para conseguir obter uma renda para pagar as contas. Na época em que o aterro ainda era controlado, o acesso aos lixões era permitido. Lá era reciclado metal, lata e plástico. Com a proibição, os carapirás acabaram sendo prejudicados. José Gomes disse que não ficariam parados diante da situação. “Caso não seja dada uma resposta, vamos fechar o portão na próxima semana”, avisou.
A Semur se comprometeu em iniciar a coleta seletiva na cidade e destinar o material para os catadores. Construir uma calçada medindo 10x20 metros para que, de cada seis caminhões coletores, dois despejem os resíduos para viabilizar a seleção do material que ainda pode ser aproveitado. “Por conta do período de chuva, ainda não conseguimos construir a calçada. É um problema que poderia ter sido evitado há muito tempo, pois desde 2010 a lei não admite a catação nas células sanitárias”, explicou o secretário José Mont’Alverne Neto.
Também está em pendência a organização dos catadores mediante cooperativa e o funcionamento do galpão de triagem na área do aterro, que atualmente está totalmente destruído. O lixo reciclável seria levado para esse galpão para viabilizar a seleção. A Semur fez um levantamento e concluiu que a reforma desse galpão exigirá o investimento de R$ 250 mil.
“A medida paliativa que vamos tomar será a construção da calçada na próxima semana. No máximo três caminhões por dia deverão despejar o material para que os carapirás façam a coleta”, prometeu Mont’Alverne.
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